quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Cientologia - O que é ? (1° Parte - 1/2)


No final da década de 1940, o então escritor de contos de ficção cien­tí­fica, Lafayette Ronald Hub­bard disse que:

“Escr­ever a um cen­tavo por palavra é ridículo. Se um homem quer realmente ganhar um mil­hão de dólares, o mel­hor cam­inho é ini­ciar sua própria religião.”

– Citação na Revista Reader’s Digest, Maio de 1980, p.1 e tam­bém relatado, den­tre várias out­ras pes­soas, por L. Ron Hub­bard Junior e por Lloyd Arthur Esh­bach, edi­tor e escritor de con­tos de ficção cien­tí­fica, que afir­mam ter ouvido essa afir­mação do próprio L. Ron Hubbard.

Na década de 50, ele criou a Igreja da Cien­tolo­gia (“Church of Scientology“).


Lafayette Ronald Hub­bard, fun­dador da Dianética e Cientologia
Dianética (dianetics)

Antes de dis­cu­tir­mos o que é a Cien­tolo­gia, é necessário abor­dar­mos o que é a Dianética e sua função na orga­ni­za­ção da Igreja da Cientologia.

A Dianética é um dos pilares e uma das prin­ci­pais for­mas de atrair novos “adep­tos” para a orga­ni­za­ção. Ela é sem­pre apre­sen­tada como a “ciên­cia” uti­lizada pelos artis­tas de Hol­ly­wood e prin­ci­pal motivo de seu sucesso, mas sua prin­ci­pal car­ac­terís­tica é ser a porta de entrada da Cientologia.

Em abril de 1950, as primeiras lin­has da ide­olo­gia inven­tada por Hub­bard foram pub­li­cadas na revista Astound­ing Sci­ence Fic­tion (edição de maio), uma revista amer­i­cana voltada a crôni­cas e matérias sobre ficção cien­tí­fica mod­erna, que incluia den­tre seus colab­o­radores grandes autores como Isaac Asi­mov e Robert Hein­lein. Atual­mente, a revista é chamada de Ana­log Sci­ence Fic­tion & Fact.

No mês seguinte à primeira pub­li­cação sobre Dianética, foi pub­li­cado o livro “Dia­net­ics: The Mod­ern Sci­ence of Men­tal Health” (Dianética: a Ciên­cia Mod­erna da Saúde Mental).

Astound­ing Sci­ence Fiction
Dianética: A Ciên­cia Mod­erna da Saúde Mental
“Quando visi­ta­mos Bay­head anos depois, em 1953, está­va­mos andando e recor­dando, e ele me disse que escreveu o livro em um mês…” L. Ron Hub­bard Jr.

L. Ron Hub­bard afir­mou ter descoberto que os seres humanos pos­suem uma “sub­mente”, que ele bati­zou de “mente reativa” . Esta mente estaria sem­pre con­sciente, gra­vando tudo que acon­tece ao redor do seu por­ta­dor, desde o iní­cio de sua “existên­cia”, incluindo-se suas vidas pas­sadas. Diante de um acon­tec­i­mento neg­a­tivo ou trágico, a mente reativa grava a dor física e men­tal sofrida pelo seu por­ta­dor em um “engrama”, algo equiv­a­lente à nossa lem­brança). Quando pas­samos por uma situ­ação sim­i­lar, a mente reativa inflige na “mente analítica” aquela dor armazenada ante­ri­or­mente. Esta seria a razão da “mente reativa” ser a fonte de todos os infortúnios da humanidade.

Hub­bard e sua orga­ni­za­ção afir­mam que as descober­tas “cien­tí­fi­cas” de Hub­bard decor­reram de anos de pesquisas, porém nen­huma evidên­cia, tais como arquivos, ano­tações orig­i­nais, teste­munhos de out­ras pes­soas estu­dadas ou envolvi­das ou out­ros doc­u­men­tos decor­rentes de tal extensa pesquisa jamais foram apre­sen­ta­dos, nem mesmo aos seus seguidores.

“descoberta” de L. Ron Hub­bard foi, e con­tinua sendo, igno­rada pela ciên­cia e med­i­c­ina tradi­cionais. O con­senso geral é que grande parte, ou pelo menos as partes aproveitáveis de suas “descober­tas”, são ape­nas adap­tações (boas ou más) ou inter­pre­tações de idéias e con­ceitos médi­cos, filosó­fi­cos ou reli­giosos muito mais anti­gos que a Cientologia.

A cura proposta pela cientologia

A Cien­tolo­gia prega que para se livrar da “mente reativa” e dos “engra­mas”, o paciente deve se sub­me­ter à pseudoter­apia de regressão bati­zada de “audi­tion” (audição), onde o paciente é assis­tido por um “audi­tor” ou min­istro da Cientologia.

Emb­ora lide com infor­mações extrema­mente pes­soais, muitas vezes rela­cionadas à saúde física e men­tal do paciente, o audi­tor ou min­istro não pre­cisa ser um profis­sional da área médica, psi­cológ­ica, psiquiátrica ou reli­giosa. Na real­i­dade, ocorre exata­mente o con­trário, ou seja, a grande maio­ria dos audi­tores não pos­sui nen­huma for­mação edu­ca­cional supe­rior for­mal, além do treina­mento em Dianética ou Cien­tolo­gia. Nen­hum dos audi­tores mais con­heci­dos no Brasil pos­sui for­mação profis­sional na área da saúde, men­tal ou não. Usando as próprias palavras de Hub­bard, “qual­quer pes­soa inteligente e que pos­sua uma per­sistên­cia média e von­tade de ler este livro (Dianética), pode se tornar um audi­tor dianético”.

O pro­ced­i­mento da audição é muito sim­ples. O audi­tor ou min­istro, com o auxílio do E-meter (apar­elho que a própria Cien­tolo­gia define como “artefato reli­gioso”, uma vez que seu fun­ciona­mento não é mais seg­redo na atu­al­i­dade) e através de coman­dos ver­bais, “manda” o paciente recor­dar cer­tos perío­dos desta e de out­ras vidas pas­sadas. Durante a sessão, o audi­tor e a vítima dis­cutem temas que vão desde prefer­ên­cias sex­u­ais a rela­ciona­mento com famil­iares, ami­gos e cole­gas de tra­balho. A repetição do processo, em tese, remove o engrama e lib­erta o paciente.

O paciente que elim­i­nar todos os engra­mas de sua mente reativa atinge o estado de “Clear” , ou seja, torna-se uma pes­soa “livre” de toda e qual­quer psi­cose, neu­rose, com­pul­são ou repressão. Segundo o web­site pes­soal de um audi­tor no Brasil, a Dianética lib­erta o ser humano da sín­drome do pânico, fobias, ansiedades crôni­cas, depressões, psi­coses, neu­roses, com­pul­sões e repressões, asma, artrite, sinusite, gas­trite, aler­gias, enx­aque­cas e dores de cabeça. Segundo Hub­bard, a pes­soa que atin­gir este estado, terá tam­bém um aumento sub­stan­cial de seu QI (Quo­ciente Int­elec­tual), e deixará de ser um “homo sapi­ens” para se tornar um “homo novis“.

Segundo Jon Atack, ex-arquivista e crítico da orga­ni­za­ção que reuniu um fan­tás­tico arquivo sobre Hub­bard e sua seita, a Dianética é uma cópia de téc­ni­cas aban­don­adas por Freud, onde exper­iên­cias traumáti­cas eram reencenadas.

O livro de Hub­bard, ape­sar de não ter se baseado em pesquisas cien­tí­fi­cas sérias, foi ini­cial­mente um sucesso de ven­das, por abor­dar de forma sim­ples algu­mas infor­mações da psi­colo­gia e psiquia­tria. É impor­tante lem­brar que, emb­ora hoje em dia os livros de “auto-ajuda” não sejam nen­huma novi­dade, na década de 50 o livro de Hub­bard foi inovador.

“A cien­tolo­gia é uma religião com­pro­vada­mente recon­hecida pelos mais impor­tantes gov­er­nos da Terra, inclu­sive no Brasil. Que religião pre­cisa de aceitação de comu­nidades cien­tí­fi­cas? Ela rev­elou leis nat­u­rais e espir­i­tu­ais que fun­cionam como a gravi­dade, quer alguém acred­ite ou não.” Lúcia Winther, rep­re­sen­tante da Dianética no Brasil.

Com a atenção atraída pelo livro de Hub­bard, a APA (Amer­i­can Psy­chi­atric Asso­ci­a­tion – Asso­ci­ação Amer­i­cana de Psiquia­tria) e a “National Men­tal Health Asso­ci­a­tion” (Asso­ci­ação Nacional de Saúde Men­tal dos EUA) reprovaram as téc­ni­cas “descober­tas” por Hub­bard por não ter nen­hum fun­da­mento cien­tí­fico. Até os dias de hoje, estas insti­tu­ições não recon­hecem a ter­apia da Dianética como um trata­mento válido.

A Dianética é con­sid­er­ada ile­gal em muitos países do mundo. Na Europa, a maio­ria dos países con­sid­era a Cien­tolo­gia e a Dianética uma seita ou, no mín­imo, nada mais que um empreendi­mento com­er­cial. Na França, uma decisão judi­cial con­de­nou a Dianética por fraude orga­ni­zada e qua­tro de seus líderes no país foram con­de­na­dos à prisão e ao paga­mento da multa de R$ 1,5 mil­hões. Na Ale­manha, ela é mon­i­torada nacional­mente pela Polí­cia Con­sti­tu­cional, e em alguns esta­dos ela é con­sid­er­ada uma seita pelo gov­erno e cidadãos locais. Na Aus­trália o Senador Nick Xenophon luta para que seja instau­rado um inquérito no Senado para inves­ti­gar os crimes cometi­dos pela orga­ni­za­ção em busca do lucro. Na Inglaterra, a orga­ni­za­ção não é mais con­sid­er­ada uma religião. A Rús­sia já recusou-se ofi­cial­mente a aceitar a orga­ni­za­ção como uma religião. Nos Esta­dos Unidos, a orga­ni­za­ção foi recon­hecida como religião em 1993.

L. Ron Hub­bard, fun­dador da Dianética e Cientologia
São exem­p­los clás­si­cos do perigo do “con­hec­i­mento cien­tí­fico” de Hub­bard suas afir­mações de que:

“Uma parede de 10 ‘pés’ não pode parar a radi­ação, mas o corpo humano pode…“A Cien­tolo­gia é a única (cura) especí­fica para queimaduras de radi­ação (de bomba atômica)Tudo Sobre Radi­ação”, de 1952.

“Fumar não é capaz de causar câncer de pul­mão! Se alguém está tendo ativi­dade can­cerí­gena no pul­mão, as prob­a­bil­i­dades são de que é uma dosagem de radi­ação em parce­ria com o fato da pes­soa fumar. E o que ocorre é que a dosagem de radi­ação começa a acabar, não percebem.Saint Hill Spe­cial Brief­ing Course 35 (19 Julho de 1961)

“A Leucemia é evi­den­te­mente psi­cos­somática na origem e ao menos oito casos de leucemia foram tratadas com sucesso pela Dianética após a desistên­cia da med­i­c­ina tradi­cional. A fonte da leucemia tem sido repor­tada como um engrama con­tendo a frase ‘ela trans­forma meu sangue em água.“ Jor­nal da Cien­tolo­gia, edição 15-G (1953)

O que é cientologia

Em 1954, L. Ron Hub­bard fun­dou a primeira Igreja da orga­ni­za­ção, na cidade de Cam­den, New Jer­sey, EUA, visando escapar das perseguições das asso­ci­ações de psiquia­tria e da Receita Fed­eral amer­i­cana, bem como para obter isenções trib­utárias con­ce­di­das a orga­ni­za­ções reli­giosas e “sem fins lucrativos”.

“Além de vio­lar e abusar dos dire­itos civis de seus próprios mem­bros, durante anos a orga­ni­za­ção tem asse­di­ado e abu­sado de pes­soas fora da Igreja que sejam con­sid­er­adas inimi­gas, através de sua dout­rina de ‘Fair Game´. A orga­ni­za­ção é clara­mente esquizofrênica e paranóica, e esta bizarra com­bi­nação aparenta ser um reflexo de seu fun­dador LRH. As evidên­cias apon­tam para um homem que tem sido vir­tu­osa­mente um men­tiroso patológico com relação à sua história, pas­sado e suas con­quis­tas. Adi­cional­mente, as escritas e doc­u­men­tos em evidên­cia refletem seu ego­ismo, ganân­cia, avareza, luxo pelo poder e vinga­tivi­dade e agres­sivi­dade con­tra pes­soas vis­tas por ele como desleais ou hostis.”Juiz Paul G. Breck­en­ridge, Corte Supe­rior de Los Ange­les, California

“Ela (a Cien­tolo­gia) foi cri­ada em 1953, basi­ca­mente para escapar do assé­dio con­tra meu pai feito pela med­i­c­ina e a Receita Federal…”L. Ron Hub­bard Jr.

A cruz da Cien­tolo­gia tem o único propósito de dar um “ar reli­gioso” à seita.
Após a o sucesso de ven­das da Dianética, as insti­tu­ições médi­cas e a Receita Fed­eral pas­saram a prestar atenção no livro e seu autor. Por causa desta atenção ines­per­ada e inde­se­jada, Hub­bard decidiu rev­e­lar ter descoberto a ver­dadeira alma humana. Trans­for­mar a ter­apia em religião, bati­zada por ele como Cien­tolo­gia, jun­tou o útil ao agradável, pois ele pode­ria se defender dos ataques ale­gando perseguição reli­giosa, e ao mesmo tempo pleit­ear isenção trib­utária geral­mente con­ferida a gru­pos religiosos. A expli­cação dada por Hub­bard foi que a Dianética estava focada no corpo, mas a Cien­tolo­gia estaria focada na “lib­er­tação” da alma (que ele chamou de “thetans“).

Hub­bard afir­mou que pode­ria aju­dar o “thetan” a libertar-se de suas lim­i­tações no uni­verso físico ou mundo mate­r­ial. Essas lim­i­tações pas­saram a ser chamadas de MEST (mat­ter, energy, space e time – matéria, ener­gia, espaço e tempo). Segundo Hub­bard, um cien­tol­o­gista que tenha atingido o estado de “clear” pode con­tro­lar o espaço, o tempo e toda e qual­quer matéria ou energia.

Estava mon­tada a armadilha, que per­dura até os dias de hoje. O paciente, após “curar” seu corpo livrando-se da “mente reativa”, é envolvo em uma teia que o leva a acred­i­tar que o próx­imo passo é lib­er­tar a alma, com a Cientologia.

Con­tra­di­to­ri­a­mente, em muitas situ­ações a orga­ni­za­ção muda sua posição de “religião”, chegando até mesmo a negar sua reli­giosi­dade, para poder entrar em países onde isso pode­ria ser um prob­lema. Um exem­plo é o ocor­rido no Japão, para quem a Cien­tolo­gia negou ser uma religião. Muitas vezes, os próprios cien­tol­o­gis­tas afir­mam que é pos­sível ser cien­tol­o­gista e ter uma outra religião, mas como sabe­mos isso não é verdade.

“Cien­tolo­gia… não é uma religião.“L. Ron Hub­bard, “The Cre­ation of Human Abil­ity”, página 251.

Existe tam­bém uma teo­ria não com­pro­vada de que Hub­bard usurpou o nome “Sci­en­tol­ogy” e muitos de seus con­ceitos do estudo chamado “Sci­en­tolo­gie , teo­ria alemã do Dr. Anas­ta­sius Nor­den­holz, pub­li­cada na Ale­manha em 1932 (muitos anos antes da pub­li­cação da Dianética). A definição da Cien­tolo­gia de Hub­bard como “Ciên­cia do Con­hec­i­mento”, por exem­plo, seria o nome de um dos sub­tí­tu­los do livro do Dr. Nordenholz.

A criação do universo segundo a cientologia

Cien­tolo­gia não apre­senta uma descrição coer­ente da for­mação e evolução do uni­verso e dos “thetans”. Stephen A. Kent, do Depar­ta­mento de Soci­olo­gia da Uni­ver­si­dade de Alberta, no Canadá, nos dá uma idéia da cos­molo­gia segundo a Cientologia:

“Hub­bard afir­mou ini­cial­mente que havia uma ener­gia “sep­a­rada e dis­tinta do uni­verso físico”, chamado “Theta“. Theta pode sig­nificar o mesmo que a “oitava dinâmica“, outro insti­tuto da Cien­tolo­gia que sig­nifica “o ser supremo“. Sob condições obscuras e mal descritas por Hub­bard, o “theta” explodiu, for­mando “thetans” indi­vid­u­ais. Esses “thetans” são espíri­tos ou almas, e cada um deles começa sua existên­cia sem massa, tamanho, ener­gia ou local­iza­ção no espaço, a não ser que deter­minem o con­trário ou “pos­tulem” (termo da Cien­tolo­gia) uma “ver­dade própria“. Em essên­cia, ao menos no começo, esses “thetans” pos­suíam as mes­mas qual­i­dades do “theta”, e pos­suem a habil­i­dade da criação.” Em algum ponto os “thetans” for­maram seus próprios uni­ver­sos. A cri­ação de cada um deles envolveu “ilusões”, outro processo mal descrito por Hub­bard, mas que segundo ele eram algo pare­cido com uma brin­cadeira ou um jogo.

Um número sig­ni­fica­tivo de des­do­bra­men­tos doutrinários sur­gi­ram a par­tir da teo­ria dos “thetans”. Hub­bard afir­mou, por exem­plo, que os “thetans” foram obri­ga­dos a habitar cor­pos e out­ras enti­dades infe­ri­ores, chamadas de “body thetans” (ou thetans cor­po­rais). Isso tornou-se o fun­da­mento dos níveis secre­tos da Cien­tolo­gia, cri­a­dos na década de 1960 e chama­dos de OT(“Oper­at­ing Thetans” ).

“A Cien­tolo­gia é uma psi­coter­apia apli­cada de forma perigosa, de regras e idéias idio­tas, sim­plis­tas e inaplicáveis, além de uma história de ficção cien­tí­fica apre­sen­tada aos mem­bros dos níveis mais altos como uma pro­funda ver­dade espir­i­tual”.Roland Rashleigh-Berry, ex-cientologista

Doações?

Emb­ora a orga­ni­za­ção afirme que os paga­men­tos feitos por audições ou cur­sos são meras “doações” ou “con­tribuições”, percebe-se que tais audições e cur­sos pos­suem uma tabela fixa de val­ores e descon­tos. No Brasil a mod­esta doação é de aprox­i­mada­mente R$ 35,00 a hora. Segundo Tory “Magoo”, ex-cientologista de alto escalão por 30 anos, algu­mas audições nos Esta­dos Unidos chegam a cus­tar mais de U$ 1.000,00 por audição.

Para ser mem­bro da IAS (Inter­na­tional Asso­ci­a­tion of Sci­en­tol­o­gists – Asso­ci­ação Inter­na­cional de Cien­tol­o­gis­tas), tam­bém é necessário efe­t­uar paga­men­tos men­sais ou anuais.

A ponte para a liberdade total

Segundo a teo­ria da Cien­tolo­gia, um indi­ví­duo poderá alcançar sua total liber­dade, e assumir o con­t­role do MEST (matéria, ener­gia, espaço e tempo) per­cor­rendo o que chamam de “The Bridge to Total Free­dom” (Ponte para a Liber­dade Total).

  • A ponte é dividida em vários níveis, onde o paciente primeira­mente busca o estado de “Clear” e depois o de “Oper­at­ing Thetan”.

Há duas rotas que podem ser seguidas pelos mem­bros da orga­ni­za­ção. Para os mais end­in­heira­dos, basta com­prar os mate­ri­ais, audições e pagar pelos cur­sos ven­di­dos pela orga­ni­za­ção. Outro cam­inho, para os menos abas­ta­dos, seria o de tra­bal­har para a orga­ni­za­ção em troca de todo este “con­hec­i­mento”, após a assi­natura de um con­trato de tra­balho de um bil­hão de anos.

O con­trato de um bil­hão de anos.
Segundo infor­mações prestadas em um processo judi­cial por uma das porta-vozes da Cien­tolo­gia, Karin Pouw, somente 10% (dez por­cento) dos cien­tol­o­gis­tas são con­vi­da­dos para o último nível (OT VIII). Estima-se que, para chegar a este nível, o fiel já dev­erá ter desem­bol­sado aprox­i­mada­mente U$ 360 mil (aprox­i­mada­mente R$ 700 mil).

O nível OT III somente pode ser alcançado em FLAG, o quar­tel gen­eral da Cien­tolo­gia, na cidade de Clear­wa­ter, Flórida. O nível OT VIII deve ser obtido no lux­u­oso iate da igreja, bati­zado de Freewinds, oper­ado pela Majes­tic Cruise Lines.

Freewinds, o lux­u­oso iate da Cientologia
Táticas criminosas da organização

É público e notório que a orga­ni­za­ção gasta mil­hões de dólares com advo­ga­dos e dete­tives par­tic­u­lares para proces­sar e espi­onar qual­quer pes­soa que se mostre uma ameaça aos seus negó­cios. Segundo uma matéria da revista Time Mag­a­zine (uma das mais con­ceitu­adas do mundo), de 1991, já naquela época a orga­ni­za­ção gas­tava cerca de R$ 40 mil­hões por ano com mais de 100 advogados.

Nas palavras de L. Ron Hubbard:

“O propósito do processo judi­cial é asse­diar e des­en­co­ra­jar, mais do que gan­har. A lei pode ser facil­mente uti­lizada para asse­diar, e esse assé­dio em alguém que está de qual­quer forma no lim­ite, bem, sabendo que ele não está autor­izado, geral­mente será sufi­ciente para causar sua morte profis­sional. Se pos­sível, é claro, arruínem-no até ao extremo.“L. Ron Hub­bard, A Man­ual on the Dis­sem­i­na­tion of Mate­r­ial (1955)

Outra tática bas­tante con­hecida e men­cionada pelos críti­cos é a manip­u­lação das con­fis­sões feitas por seus fiéis nas audições, para coagi-los a não rev­e­lar a ninguém o que ocorre den­tro da orga­ni­za­ção. As con­fis­sões de seus fiéis, durante as audi­to­rias, são tran­scritas e guardadas pela orga­ni­za­ção, muitas vezes sem o con­hec­i­mento dos auditados.

Jason Beghe, ex-ator e nar­rador de diver­sos filmes de pro­pa­ganda da Cien­tolo­gia, comenta sobre essa suposta con­fi­den­cial­i­dade das con­fis­sões obti­das dos audi­ta­dos. Ele relata ter ouvido de um dire­tor de filmes de pro­pa­ganda da orga­ni­za­ção que deter­mi­nado ator não pode­ria par­tic­i­par mais das pro­pa­gan­das porque estava traindo sua esposa, fato que, teori­ca­mente, somente o audi­tor daquele ator dev­e­ria ter conhecimento.

Desliga­mento da Família e Amigos

Ao con­trário de todos os out­ros ensi­na­men­tos reli­giosos, morais, filosó­fi­cos ou famil­iares exis­tentes no mundo, que pregam um amor incondi­cional à família, ami­gos e demais seres humanos, a seita da cien­tolo­gia prega um amor condi­cionado: os adep­tos são condi­ciona­dos a amar, aceitar e se rela­cionarem somente com as pes­soas que não cri­tiquem ou atuem con­tra a organização.

Neste sen­tido, a Cien­tolo­gia, como toda seita, apresenta-se como uma família sub­sti­tuta. Quando um de seus pacientes enfrenta difi­cul­dades com a opinião de famil­iares ou ami­gos a respeito da orga­ni­za­ção, ela impõe, de forma explícita ou velada, a prática da desconexão (Dis­con­nec­tion), que é o desliga­mento com­pleto do paciente das pes­soas críti­cas à seita.

Trata-se de uma política escrita de próprio punho pelo próprio L. Ron Hubbard.


Os homens no comando da organização

Com a morte de L. Ron Hub­bard em 1986, David Mis­cav­ige, um de seus assis­tentes pes­soais, começou a assumir a direção dos negó­cios. Mis­cav­ige gan­hou fama e poder expul­sando Mary Sue Hub­bard, esposa de Hub­bard, após o escân­dalo da descoberta da Oper­ação Snow White.

David Mis­cav­ige, segundo seus opos­i­tores, é um tirano que trata todos os assun­tos com mão de ferro. Emb­ora não tenha nen­huma for­mação edu­ca­cional tradi­cional, pois não con­cluiu nem o equiv­a­lente ao nosso ensino médio, ele é con­sid­er­ado um homem inteligente. Ele não é visto em even­tos públi­cos há um longo tempo.

David Mis­cav­ige. Se a Cien­tolo­gia é o cam­inho, ele é o dono do pedágio.
Tom cruise

Segundo o escritor Andrew Mor­ton, autor da biografia não-autorizada de Tom Cruise, o ator é de fato o segundo no comando da organização.

Tom Cruise e David Miscavige
“Sci­en­tol­ogy”, “Church of Sci­en­tol­ogy” e “Dia­net­ics” são mar­cas com­er­ci­ais reg­istradas pelo Reli­gious Tech­nol­ogy Cen­ter (Cen­tro Reli­gioso Tec­nológico, ou sim­ples­mente RTC), um braço da Cien­tolo­gia ded­i­cado à pro­teção das mar­cas e patentes da Sci­en­tol­ogy. O grupo econômico, como um todo, é chamado de Church of Sci­en­tol­ogy Inter­na­tional © (Igreja da Cien­tolo­gia Internacional®).

A orga­ni­za­ção tam­bém pos­sui muitas out­ras ram­i­fi­cações, que em sua grande maio­ria escon­dem ou dis­farçam sua afil­i­ação com a seita. Essas ram­i­fi­cações sur­gi­ram da neces­si­dade da Cien­tolo­gia “limpar sua imagem” e esta­b­ele­cer boas relações públicas.

Um exem­plo muito claro é a orga­ni­za­ção Youth for Human Rights (Juven­tude para os Dire­itos Humanos), que é uma empresa fil­i­ada da Cien­tolo­gia. Ela dis­tribui livros sobre os dire­itos humanos pelo mundo todo, com o sór­dido obje­tivo de ten­tar recru­tar mais jovens seguidores para a seita. Sabe-se que nesses livros o nome, fotos e citações de Hub­bard apare­cem muito mais do que de out­ras per­son­al­i­dades, como Ghandi, etc.

Outro exem­plo, é o CAN (Cult Aware­ness Net­work – Rede de Sen­si­bi­liza­ção de Seitas), pequena orga­ni­za­ção sem fins lucra­tivos que dava apoio a famil­iares e víti­mas de seitas, que após longa batalha judi­cial, foi absorvida pela orga­ni­za­ção, e é por ela admin­istrada nos dias de hoje.

O braço com­er­cial WISE (“World Insti­tute of Sci­en­tol­ogy Enter­prises”) é nada menos que uma fachada para inserir a Dianética e Cien­tolo­gia den­tro das empre­sas, ofer­e­cendo “asses­so­ria” e téc­ni­cas com­er­ci­ais para admin­istradores e “cur­sos de comu­ni­cação” para os funcionários.

CCHR (“Cit­i­zens Comis­sion on Human Rights” – Comis­são dos Cidadãos para os Dire­itos Humanos) tam­bém é um dos braços ocul­tos da Cien­tolo­gia. Emb­ora negue que se trate de um órgão da Cien­tolo­gia, todo o seu corpo de dire­tores é cien­tol­o­gista, e o gov­erno amer­i­cano o clas­si­fica como uma ram­i­fi­cação da seita.

NARCONON, insti­tu­ição voltada ao “trata­mento” de depen­dentes quími­cos, outro braço da Cien­tolo­gia, uti­liza méto­dos perigosos de desin­tox­i­cação, com a sub­mis­são de pacientes a sessões exaus­ti­vas de sauna e con­sumo de vitaminas.

Outras formas de recrutamento

Como vimos, o “método de auto-ajuda” Dianética é o prin­ci­pal instru­mento de recru­tação. Os mem­bros da orga­ni­za­ção ofer­e­cem “testes gra­tu­itos” (chama­dos de teste de stress, per­son­al­i­dade ou Análise de Capaci­dade Oxford) e “cur­sos” em suas fil­i­ais ou empre­sas de fachada. A isca ini­cial quase sem­pre é o “curso de comu­ni­cação”, pois nestes testes feitos as pes­soas são sem­pre diag­nos­ti­cadas com prob­le­mas de comunicação.

Sabe-se hoje que os dois grandes focos da Cien­tolo­gia são os jovens, para suprir a mão de obra a baixo custo e os empresários para “doar” din­heiro à organização.

O batal­hão de cien­tol­o­gis­tas, fun­cionários e alguns vol­un­tários gan­ham comis­são com a venda de pro­du­tos da Cien­tolo­gia. Isso provoca o famiger­ado assé­dio dos cien­tol­o­gis­tas para vender obras e cur­sos. Para exem­pli­ficar isto, vejamos alguns comen­tários:

“Eu me inter­es­sei ouvindo um pro­grama na Rádio ***** com­prei o Kit que con­tinha: DVD,revista,o livro Dianética e a primeira sessão de audição grátis e pra aproveitar o meu inter­esse com­prei mais alguns livros do autor Hubbard,assisti ao DVD,li os livros,pude perce­ber que a filosofia não me interessava,logo depois de alguns dias uma audi­tora da dianética ligou falando que que­ria mar­car a sessão de audição,expliquei gen­til­mente que não tinha inter­esse em mar­car a sessão,ela não aceitou a resposta,eu disse que se eu tivesse alguma dúvida eu retornaria a ligação,mas não foi o suficiente,pessoas difer­entes e de difer­entes números tele­fôni­cos começaram a ligar e insistir,lembro que uma moça ligou e deixou recado com um par­ente meu e depois começou a ligar sem parar e assim que alguém falava alô desli­gava na cara,quem será que pre­cisa de trata­mento psi­cológico? Será que é difí­cil pra essa gente enten­der a frase:Obrigado,mas não estou inter­es­sada?

E esses tele­fone­mas con­tin­uam até hoje e já faz um ano que com­prei (e me arrependo) esse Kit Super Abacaxi.”

 Rose

“Esses dias um colega meu me mostrou um livro de cien­tolo­gia desse tal de Hub­bard. Disse que, ao ler esse livro, a “ficha da pes­soa cai” e ela desco­bre que estava mal na vida. Na hora eu pen­sei: “Nossa, deve ser um livro inter­es­sante”. Foi então que eu come­cei a ler e não gostar, achei estranho. Daí esse meu colega me chamou em sua res­i­den­cia e, ao chegar lá, ele colo­cou um DVD de cien­tolo­gia. Ele, logo de cara, colo­cou na parte onde mostrava as pes­soas felizes, real­izadas, dando depoi­men­tos. Tá ok, tudo bem, já vi as pes­soas felizes, agora quero ver do que se trata. Daí o meu colega colo­cou em outra parte onde mostrava os tais dos min­istros vol­un­tários aju­dando todo mundo (querendo mostrar que eles são bons e aju­dam todos). Eu já estava ficando impa­ciente, pois não sou de cair nesses ape­los emo­cioais. Man­dei ele colo­car na parte que ia direto ao assunto e esse meu colega falou que “nao”, que eu tinha que assi­s­tir tudo aquilo antes. Daí tornou a colo­car outra cena em que mostrava as pes­soas se dando bem e pas­sando uma men­sagem pos­si­tiva. Enfim, o que deu para perce­ber é que eles jogam uma isca para pegar os mais ingen­uos e deses­per­a­dos, ofer­endo uma suposta solução mág­ica para os prob­le­mas. Para tanto, mostram essas ima­gens que eu citei: pes­soas felizes, dizendo que a vida delas mel­horou, o time deles aju­dando todo mundo e por aí vai. Se a pes­soa se deixar levar pelo emo­cional, ela cairá nessa facil facil. Já vi que isso era con­versa fiada para enga­nar trouxa e entrei na net para pesquisar sobre o assunto e econ­trei esse site, que só con­fir­mou o que eu já descon­fi­ava. Pior de tudo foi saber dessas chan­ta­gens e pressões que eles fazem. Ainda bem que não caí nessa.”

 Augusto

Reconhecimento como religião

A Cien­tolo­gia con­tinua em sua busca por recon­hec­i­mento mundial como religião. Suas práti­cas, no entanto, não são nada reli­giosas. Muitas vezes igualam-se e ou até superam téc­ni­cas prat­i­cadas por orga­ni­za­ções crim­i­nosas, tais como homicí­dio, chan­tagem, infil­tração em órgãos públi­cos, vig­ilân­cia ile­gal, adul­ter­ação de doc­u­men­tos, calú­nia, difamação e falsa imputação de crime a seus críticos.

Alguns países recon­hecem a orga­ni­za­ção como religião, mas out­ros países com­batem sua existên­cia com muito rigor. Como exem­plo temos a Ale­manha, onde ela é ofi­cial­mente mon­i­torada por agên­cias de inteligên­cia, a Bél­gica, onde já foi declar­ada ofi­cial­mente como orga­ni­za­ção crim­i­nosa, a Inglaterra, França (onde o país não baniu a seita porque houve uma mudança recente na leg­is­lação), Espanha e Aus­trália, onde o Senador Nick Xenophon está ati­va­mente com­bat­endo a organização.

São inúmeros os proces­sos em que a orga­ni­za­ção ou seus mem­bros são con­de­na­dos por fraude ou estelionato.

Propagandas

Assim como toda boa empresa, a orga­ni­za­ção utiliza-se exten­si­va­mente de mate­r­ial pub­lic­itário para divul­gar seus pro­du­tos. São mil­hões de dólares gas­tos com pro­pa­gan­das em redes de tele­visão aberta, canais por assi­natura, per­iódi­cos e até mesmo na própria internet. A grande maio­ria desses informes pub­lic­itários não fazem refer­ên­cia dire­ta­mente à Cien­tolo­gia, na ten­ta­tiva de primeiro cap­turar a atenção de suas víti­mas para então apre­sen­tar sua lig­ação com a Cientologia.

As frases mais usadas em suas pro­pa­gan­das envolvem as palavras gan­hos, esta­bil­i­dade, mel­hora na vida, veja por si mesmo, etc. Jamais haverá uma afir­mação conc­reta, sem­pre tudo de forma genérica e incon­clusa, como manda o man­ual do este­lion­atário. Muitas frases são for­mu­ladas de forma a aparentar com­plex­i­dade, para aparentar extrema inteligên­cia e pro­fun­di­dade, mas nada que resista a uma ráp­ida análise do leitor, espec­ta­dor ou ouvinte.

Nota : Para lê a segunda parte desse artigo clique no link abaixo :

- Cientologia - Quem foi Lisa McPherson e o que é um E-meter ? (2° Parte - 2/2)


Fonte : Killuminati 

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